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Waly Salomão

Waly Salomão, poeta, letrista e artista plástico brasileiro, foi um ícone da experimentação cultural. Suas letras marcaram a MPB com músicas como “Terra” e “Um índio”. Curador e roteirista, contribuiu para o cinema e exposições de arte. Sua obra fusionou poesia, música e artes visuais com genialidade única.

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Patrono

3 de outubro de 1943

Jequié, Bahia

Brasil

05 de abril de 2003

Rio de Janeiro – RJ

  • Me segura qu’eu vou dar um troço (1972) – como Waly Sailormoon;
  • Do lado de dentro (1982);
  • Gigolô de bibelôs, ou, Surrupiador de souvenirs, ou, Defeito de fábrica (1983);
  • Armarinho de miudezas (1993);
  • Algaravias: câmara de ecos (1996);
  • Hélio Oiticica : qual é o parangolé? e outros escritos (1996);
  • Lábia (1998);
  • Tarifa de embarque (2000);
  • O Mel do Melhor (2001);
  • Pescados vivos (póstumo, 2004);
  • Armarinho de miudezas (póstumo, 2005);
  • Babilaques : alguns cristais clivados (póstumo, 2007);
  • Poesia total (póstumo, 2014)



Biografia 

Waly Dias Salomão foi um dos mais importantes poetas, letristas e artistas plásticos brasileiros, cuja obra deixou um impacto duradouro na cultura nacional. Nascido em Jequié, Bahia, em 3 de outubro de 1943, e falecido em 5 de abril de 2003, Salomão foi uma figura multifacetada que transcendia fronteiras artísticas, explorando a poesia, a música, o cinema e as artes visuais com uma abordagem experimental única.

Desde cedo, Waly Salomão manifestou um interesse profundo pela experimentação linguística e pela fusão de diferentes formas de expressão artística. Seus primeiros trabalhos poéticos, como “Me Segura Qu’eu Vou Dar Um Troço” (1972), já revelavam sua habilidade em mesclar o coloquial e o poético, o popular e o erudito, refletindo uma rica tapeçaria cultural que ecoava suas raízes baianas e sua ampla vivência artística.

A contribuição de Salomão para a música brasileira é inestimável. Como letrista, colaborou com alguns dos maiores nomes da MPB, como Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil. Suas letras foram fundamentais para canções que se tornaram hinos de uma geração, como “Terra”, “Um índio”, “Não identificado” e “Expresso 2222”, cada uma refletindo não apenas uma profundidade poética, mas também um olhar crítico e sensível sobre a sociedade brasileira e sua cultura.

Além de sua atuação como poeta e letrista, Waly Salomão deixou sua marca no campo das artes visuais. Como artista plástico, suas obras frequentemente dialogavam com sua poesia, explorando novas formas de expressão e provocando reflexões sobre a intersecção entre palavra e imagem. Paralelamente, ele também exerceu um papel crucial como curador de importantes exposições de arte, como “Hélio Oiticica – Museu é o Mundo” (1996) e “Lygia Clark – Uma Retrospectiva” (1998), demonstrando sua capacidade de pensar e promover a arte em suas mais diversas manifestações.

No cinema, Waly Salomão não apenas escreveu roteiros, como o do filme “Jardim das Espumas” (1970), de Luiz Rosemberg Filho, mas também contribuiu para a expansão da linguagem cinematográfica através de suas colaborações criativas e visão artística singular.

A obra de Waly Salomão é uma celebração da liberdade criativa e da experimentação estética. Seu estilo inconfundível e sua capacidade de transcender convenções literárias influenciaram profundamente a poesia brasileira contemporânea, inspirando gerações de escritores e artistas a explorar novos territórios de expressão e significado.

Ao falecer em 2003, Waly Salomão deixou um legado vibrante e multifacetado. Sua poesia continua a ressoar como um testemunho poderoso da diversidade cultural brasileira e da potência transformadora da arte. Sua vida e obra são um lembrete constante da importância de se desafiar fronteiras e de celebrar a riqueza das manifestações artísticas em todas as suas formas.