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Stella de Oxóssi

Mãe Stella de Oxóssi, mãe de santo, escritora e jornalista baiana, destacou-se na preservação das tradições afro-brasileiras e na luta contra o racismo. Liderou o Ilê Axé Opô Afonjá, escreveu obras sobre candomblé e cultura negra, e inspirou muitos com sua sabedoria e dedicação à diversidade cultural.

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Patrono

2 de maio de 1925

Ilhéus , Bahia

Brasil

27 de dezembro de 2018

Salvador – BA

 

  • “E Dai Aconteceu o Encanto”, Maria Stella de Azevedo Santos e Cleo Agbeni Martins; Salvador, 1988.
  • “Meu Tempo é Agora”, Maria Stella de Azevedo Santos. 1a Edição: Editora Oduduwa, São Paulo, 1991. 2a Edição: Vol.1. Salvador, BA: Assembleia Legislativa da Bahia, 2010.
  • “Lineamentos da Religião dos Orixás – Memória de ternura”- Cléo Agbeni Martins, 2004; participação especial de Mâe Stella – Alaiandê Xirê- ISBN 8590467813.
  • “Òsósi – O Caçador de Alegrias”, Mãe Stella de Òsósi, Secretaria da Cultura e Turismo, Salvador, 2006
  • “Owé – Provérbios” – Salvador – 2007.
  • “Epé Laiyé- terra viva”, conta a história de uma árvore que ganha pernas e vai lutar pela construção de um mundo que respeita o meio ambiente. Em sua trajetória o personagem ganha ajuda do orixá Oçânhim, divindade que domina o conhecimento sobre o mundo vegetal. Salvador – 2009.
  • “Opinião – Maria Stella de Azevedo Santos – ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá – Um presente de A TARDE para a história”, reunião de textos publicados no jornal A TARDE na coluna “Opinião”.
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  • Prêmios
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  • Em 2001 ganhou o prêmio jornalístico Estadão na condição de fomentadora de cultura.
  • Em 2009, ao completar setenta anos de iniciação no Candomblé, recebeu o título de Doutor Honoris Causa[5] da Universidade do Estado da Bahia. É detentora da comenda Maria Quitéria (Prefeitura do Salvador), Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) e da comenda do Ministério da Cultura.
  • Em 2010, recebeu das mãos da vereadora Olívia Santana uma placa pelo centenário do terreiro Opó Afonjá ao lado do ministro da Cultura, Juca Ferreira e do secretário estadual da Cultura, Márcio Meirelles, no Plenário da Câmara de Salvador, Bahia. (fontes: Diário Oficial do Legislativo, 15 de julho de 2010.)
  • Em 2013, foi eleita por unanimidade para ocupar a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia, cujo patrono é o poeta Castro Alves.[6] Tomou posse no dia 12 de setembro de 2013.

Biografia 

Mãe Stella de Oxóssi, cujo nome de batismo é Maria Stella de Azevedo Santos, nasceu em 2 de maio de 1925, em Salvador, Bahia, e faleceu em 27 de dezembro de 2018. Ao longo de sua vida, ela se destacou como uma renomada mãe de santo, escritora e jornalista, tornando-se uma figura de grande importância na cultura e religiosidade afro-brasileira.

Desde jovem, Mãe Stella demonstrou uma profunda conexão com as tradições do candomblé. Sua jornada religiosa começou cedo, e ela foi iniciada no Ilê Axé Opô Afonjá, um dos terreiros mais tradicionais e respeitados do Brasil. Em 1976, Mãe Stella foi escolhida como a ialorixá (líder espiritual) do terreiro, uma posição que ocupou com grande sabedoria e dedicação. Sob sua liderança, o Ilê Axé Opô Afonjá se fortaleceu como um centro de preservação e difusão da cultura e dos rituais afro-brasileiros.

Além de sua atuação como mãe de santo, Mãe Stella também teve uma carreira prolífica como escritora e jornalista. Ela escreveu diversas obras que abordam a cultura afro-brasileira, os ensinamentos do candomblé e a importância da preservação das tradições ancestrais. Entre seus livros mais conhecidos estão “E daí aconteceu o encanto” (1988), “Meu tempo é agora” (1993) e “Òsósi – O caçador de alegrias” (2006). Sua escrita é marcada por uma profunda sabedoria espiritual e uma visão crítica sobre a história e a realidade vivida pelos negros no Brasil.

Mãe Stella de Oxóssi foi uma importante ativista na luta contra o racismo e em prol dos direitos das religiões de matriz africana. Através de seus escritos e entrevistas, ela promoveu a valorização da cultura negra e a necessidade de respeito à diversidade religiosa. Ela frequentemente utilizava sua posição de destaque para combater preconceitos e estereótipos, defendendo a importância do candomblé e de outras religiões afro-brasileiras como partes integrantes da identidade cultural do Brasil.

Sua atuação foi reconhecida em diversos círculos, tanto religiosos quanto culturais. Mãe Stella recebeu várias honrarias e prêmios ao longo de sua vida, incluindo o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em reconhecimento à sua contribuição para a cultura e a educação. Em 2005, foi eleita para a Academia de Letras da Bahia, sendo a primeira mãe de santo a ocupar uma cadeira na instituição.

Além de suas contribuições literárias e religiosas, Mãe Stella também desempenhou um papel crucial como educadora e mentora para muitos. Ela era conhecida por sua sabedoria, humildade e carisma, qualidades que a tornaram uma figura respeitada e inspiradora. Sua liderança no Ilê Axé Opô Afonjá e sua atuação pública ajudaram a promover uma maior compreensão e respeito pelas tradições afro-brasileiras, tanto no Brasil quanto no exterior.

Mãe Stella de Oxóssi partiu em 2018, deixando um vazio em sua comunidade e em todos aqueles que tiveram a honra de conhecer sua trajetória. No entanto, seu legado continua vivo nas mentes e corações daqueles que foram tocados por sua sabedoria e dedicação. Sua contribuição para a literatura, o jornalismo e a religiosidade afro-brasileira continua a inspirar as gerações futuras a abraçarem suas raízes culturais e espirituais, promovendo assim um legado de respeito, tolerância e amor pela diversidade brasileira.